Atos dos Apóstolos

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[...]   Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo.   [...]

Atos dos Apóstolos: capítulo 21, verso 29

Capítulo 15, verso 5 - Capítulo 20, verso 18

5 Alguns, porém, da seita dos fariseus, que tinham crido, se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a lei de Moisés.
6 Congregaram-se, pois, os apóstolos e os anciãos para considerar este assunto.
7 E, havendo grande contenda, levantou-se Pedro e disse-lhes: Homens irmãos, bem sabeis que já há muito tempo Deus me elegeu dentre nós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do evangelho, e cressem.
8 E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós
9 E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.
10 Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?
11 Mas cremos que seremos salvos pela graça do Senhor Jesus Cristo, como eles também.
12 Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios.
13 E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me:
14 Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome.
15 E com isto concordam as palavras dos profetas
16 Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo.
17 Para que o restante dos homens busque ao Senhor, E todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, Diz o Senhor, que faz todas estas coisas,
18 Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.
19 Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus.
20 Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.
21 Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.
22 Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja, eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé a Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos.
23 E por intermédio deles escreveram o seguinte: Os apóstolos, e os anciãos e os irmãos, aos irmãos dentre os gentios que estão em Antioquia, e Síria e Cilícia, saúde.
24 Porquanto ouvimos que alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, e transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a lei, não lhes tendo nós dado mandamento,
25 Pareceu-nos bem, reunidos concordemente, eleger alguns homens e enviá-los com os nossos amados Barnabé e Paulo,
26 Homens que já expuseram as suas vidas pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo.
27 Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais por palavra vos anunciarão também as mesmas coisas.
28 Na verdade pareceu bem ao Espírito Santo e a nós, não vos impor mais encargo algum, senão estas coisas necessárias:
29 Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos ídolos, e do sangue, e da carne sufocada, e da prostituição, das quais coisas bem fazeis se vos guardardes. Bem vos vá.
30 Tendo eles então se despedido, partiram para Antioquia e, ajuntando a multidão, entregaram a carta.
31 E, quando a leram, alegraram-se pela exortação.
32 Depois Judas e Silas, que também eram profetas, exortaram e confirmaram os irmãos com muitas palavras.
33 E, detendo-se ali algum tempo, os irmãos os deixaram voltar em paz para os apóstolos
34 Mas pareceu bem a Silas ficar ali.
35 E Paulo e Barnabé ficaram em Antioquia, ensinando e pregando, com muitos outros, a palavra do Senhor.
36 E alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do Senhor, para ver como estão.
37 E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado Marcos.
38 Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela obra.
39 E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.
40 E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus.
41 E passou pela Síria e Cilícia, confirmando as i
Capítulo 16
1 E chegou a Derbe e Listra. E eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia que era crente, mas de pai grego
2 Do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio.
3 Paulo quis que este fosse com ele
4 E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém.
5 De sorte que as igrejas eram confirmadas na fé, e cada dia cresciam em número.
6 E, passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.
7 E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu.
8 E, tendo passado por Mísia, desceram a Trôade.
9 E Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedónia, e lhe rogou, dizendo: Passa à Macedônia, e ajuda-nos.
10 E, logo depois desta visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho.
11 E, navegando de Trôade, fomos correndo em caminho direito para a Samotrácia e, no dia seguinte, para Neápolis
12 E dali para Filipos, que é a primeira cidade desta parte da Macedônia, e é uma colônia
13 E no dia de sábado saímos fora das portas, para a beira do rio, onde se costumava fazer oração
14 E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia.
15 E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.
16 E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
17 Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo.
18 E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
19 E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados.
20 E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade,
21 E nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.
22 E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.
23 E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança.
24 O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes segurou os pés no tronco.
25 E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
26 E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
27 E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido.
28 Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos.
29 E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas.
30 E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
31 E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa.
32 E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa.
33 E, tomando-os ele consigo naquela mesma hora da noite, lavou-lhes os vergões
34 E, levando-os à sua casa, lhes pôs a mesa
35 E, sendo já dia, os magistrados mandaram quadrilheiros, dizendo: Soltai aqueles homens.
36 E o carcereiro anunciou a Paulo estas palavras, dizendo: Os magistrados mandaram que vos soltasse
37 Mas Paulo replicou: Açoitaram-nos publicamente e, sem sermos condenados, sendo homens romanos, nos lançaram na prisão, e agora encobertamente nos lançam fora? Não será assim
38 E os quadrilheiros foram dizer aos magistrados estas palavras
39 E, vindo, lhes dirigiram súplicas
40 E, saindo da prisão, entraram em casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram, e depois partiram.
Capítulo 17
1 E passando por Anfípolis e Apolônia, chegaram a Tessalônica, onde havia uma sinagoga de judeus.
2 E Paulo, como tinha por costume, foi ter com eles
3 Expondo e demonstrando que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dentre os mortos. E este Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo.
4 E alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo e Silas
5 Mas os judeus desobedientes, movidos de inveja, tomaram consigo alguns homens perversos, dentre os vadios e, ajuntando o povo, alvoroçaram a cidade, e assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para junto do povo.
6 E, não os achando, trouxeram Jasom e alguns irmãos à presença dos magistrados da cidade, clamando: Estes que têm alvoroçado o mundo, chegaram também aqui
7 Os quais Jasom recolheu
8 E alvoroçaram a multidão e os principais da cidade, que ouviram estas coisas.
9 Tendo, porém, recebido satisfação de Jasom e dos demais, os soltaram.
10 E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Beréia
11 Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim.
12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos homens.
13 Mas, logo que os judeus de Tessalônica souberam que a palavra de Deus também era anunciada por Paulo em Beréia, foram lá, e excitaram as multidões.
14 No mesmo instante os irmãos mandaram a Paulo que fosse até ao mar, mas Silas e Timóteo ficaram ali.
15 E os que acompanhavam Paulo o levaram até Atenas, e, recebendo ordem para que Silas e Timóteo fossem ter com ele o mais depressa possível, partiram.
16 E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria.
17 De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam.
18 E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele
19 E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas?
20 Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos
21 (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade).
22 E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos
23 Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.
24 O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens
25 Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa
26 E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação
27 Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar
28 Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos
29 Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens.
30 Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam
31 Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou
32 E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez.
33 E assim Paulo saiu do meio deles.
34 Todavia, chegando alguns homens a ele, creram
Capítulo 18
1 E depois disto partiu Paulo de Atenas, e chegou a Corinto.
2 E, achando um certo judeu por nome Áqüila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), ajuntou-se com eles,
3 E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava
4 E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a judeus e gregos.
5 E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado no espírito, testificando aos judeus que Jesus era o Cristo.
6 Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça
7 E, saindo dali, entrou em casa de um homem chamado Tício Justo, que servia a Deus, e cuja casa estava junto da sinagoga.
8 E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa
9 E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales
10 Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.
11 E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.
12 Mas, sendo Gálio procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus concordemente contra Paulo, e o levaram ao tribunal,
13 Dizendo: Este persuade os homens a servir a Deus contra a lei.
14 E, querendo Paulo abrir a boca, disse Gálio aos judeus: Se houvesse, ó judeus, algum agravo ou crime enorme, com razão vos sofreria,
15 Mas, se a questão é de palavras, e de nomes, e da lei que entre vós há, vede-o vós mesmos
16 E expulsou-os do tribunal.
17 Então todos os gregos agarraram Sóstenes, principal da sinagoga, e o feriram diante do tribunal
18 E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos, e dali navegou para a Síria, e com ele Priscila e Áqüila, tendo rapado a cabeça em Cencréia, porque tinha voto.
19 E chegou a Éfeso, e deixou-os ali
20 E, rogando-lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso.
21 Antes se despediu deles, dizendo: É-me de todo preciso celebrar a solenidade que vem em Jerusalém
22 E, chegando a Cesaréia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia.
23 E, estando ali algum tempo, partiu, passando sucessivamente pela província da Galácia e da Frígia, confirmando a todos os discípulos.
24 E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras.
25 Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João.
26 Ele começou a falar ousadamente na sinagoga
27 Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem
28 Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.
Capítulo 19
1 E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso
2 Disse-lhes: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
3 Perguntou-lhes, então: Em que sois batizados então? E eles disseram: No batismo de João.
4 Mas Paulo disse: Certamente João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
5 E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus.
6 E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo
7 E estes eram, ao todo, uns doze homens.
8 E, entrando na sinagoga, falou ousadamente por espaço de três meses, disputando e persuadindo-os acerca do reino de Deus.
9 Mas, como alguns deles se endurecessem e não obedecessem, falando mal do Caminho perante a multidão, retirou-se deles, e separou os discípulos, disputando todos os dias na escola de um certo Tirano.
10 E durou isto por espaço de dois anos
11 E Deus pelas mãos de Paulo fazia maravilhas extraordinárias.
12 De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.
13 E alguns dos exorcistas judeus ambulantes tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega.
14 E os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.
15 Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus, e bem sei quem é Paulo
16 E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno, e assenhoreando-se de todos, pôde mais do que eles
17 E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos
18 E muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos.
19 Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros, e os queimaram na presença de todos e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinqüenta mil peças de prata.
20 Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia.
21 E, cumpridas estas coisas, Paulo propôs, em espírito, ir a Jerusalém, passando pela Macedônia e pela Acaia, dizendo: Depois que houver estado ali, importa-me ver também Roma.
22 E, enviando à Macedônia dois daqueles que o serviam, Timóteo e Erasto, ficou ele por algum tempo na Ásia.
23 E, naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho.
24 Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia de prata nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices,
25 Aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Senhores, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade
26 E bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos.
27 E não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram.
28 E, ouvindo-o, encheram-se de ira, e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios.
29 E encheu-se de confusão toda a cidade e, unânimes, correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem.
30 E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lho permitiram os discípulos.
31 E também alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, lhe rogaram que não se apresentasse no teatro.
32 Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros de outra, porque o ajuntamento era confuso
33 Então tiraram Alexandre dentre a multidão, impelindo-o os judeus para diante
34 Mas quando conheceram que era judeu, todos unanimemente levantaram a voz, clamando por espaço de quase duas horas: Grande é a Diana dos efésios.
35 Então o escrivão da cidade, tendo apaziguado a multidão, disse: Homens efésios, qual é o homem que não sabe que a cidade dos efésios é a guardadora do templo da grande deusa Diana, e da imagem que desceu de Júpiter?
36 Ora, não podendo isto ser contraditado, convém que vos aplaqueis e nada façais temerariamente
37 Porque estes homens que aqui trouxestes nem são sacrílegos nem blasfemam da vossa deusa.
38 Mas, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma coisa contra alguém, há audiências e há procônsules
39 E, se alguma outra coisa demandais, averiguar-se-á em legítima assembléia.
40 Na verdade até corremos perigo de que, por hoje, sejamos acusados de sedição, não havendo causa alguma com que possamos justificar este concurso.
41 E, tendo dito isto, despediu a assembléia.
Capítulo 20
1 E, depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a macedônia.
2 E, havendo andado por aquelas terras, exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia.
3 E, passando ali três meses, e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela macedônia.
4 E acompanhou-o, até à Ásia, Sópater, de Beréia, e, dos de Tessalônica, Aristarco, e Segundo, e Gaio de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.
5 Estes, indo adiante, nos esperaram em Trôade.
6 E, depois dos dias dos pães ázimos, navegamos de Filipos, e em cinco dias fomos ter com eles a Trôade, onde estivemos sete dias.
7 E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles
8 E havia muitas luzes no cenáculo onde estavam juntos.
9 E, estando um certo jovem, por nome Êutico, assentado numa janela, caiu do terceiro andar, tomado de um sono profundo que lhe sobreveio durante o extenso discurso de Paulo
10 Paulo, porém, descendo, inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a sua alma nele está.
11 E subindo, e partindo o pão, e comendo, ainda lhes falou largamente até à alvorada
12 E levaram vivo o jovem, e ficaram não pouco consolados.
13 Nós, porém, subindo ao navio, navegamos até Assós, onde devíamos receber a Paulo, porque assim o ordenara, indo ele por terra.
14 E, logo que se ajuntou conosco em Assós, o recebemos, e fomos a Mitilene.
15 E, navegando dali, chegamos no dia seguinte defronte de Quios, e no outro aportamos a Samos e, ficando em Trogílio, chegamos no dia seguinte a Mileto.
16 Porque já Paulo tinha determinado passar ao largo de Éfeso, para não gastar tempo na Ásia. Apressava-se, pois, para estar, se lhe fosse possível, em Jerusalém no dia de Pentecostes.
17 E de Mileto mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da igreja.
18 E, logo que chegaram junto dele, disse-lhes: Vós bem sabeis, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia, como em todo esse tempo me portei no meio de vós,