Capítulo 23, verso 34 - Capítulo 28, verso 8
34
E o presidente, lida a carta, perguntou de que província era
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Disse: Ouvir-te-ei, quando também aqui vierem os teus acusadores. E mandou que o guardassem no pretório de Herodes.
Capítulo 24
1
E, cinco dias depois, o sumo sacerdote Ananias desceu com os anciãos, e um certo Tértulo, orador, os quais compareceram perante o presidente contra Paulo.
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E, sendo chamado, Tértulo começou a acusá-lo, dizendo: Visto como por ti temos tanta paz e por tua prudência se fazem a este povo muitos e louváveis serviços,
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Sempre e em todo o lugar, ó potentíssimo Félix, com todo o agradecimento o queremos reconhecer.
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Mas, para que não te detenha muito, rogo-te que, conforme a tua eqüidade, nos ouças por pouco tempo.
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Temos achado que este homem é uma peste, e promotor de sedições entre todos os judeus, por todo o mundo
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O qual intentou também profanar o templo
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Mas, sobrevindo o tribuno Lísias, no-lo tirou de entre as mãos com grande violência,
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Mandando aos seus acusadores que viessem a ti
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E também os judeus o acusavam, dizendo serem estas coisas assim.
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Paulo, porém, fazendo-lhe o presidente sinal que falasse, respondeu: Porque sei que já vai para muitos anos que desta nação és juiz, com tanto melhor ânimo respondo por mim.
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Pois bem podes saber que não há mais de doze dias que subi a Jerusalém a adorar
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E não me acharam no templo falando com alguém, nem amotinando o povo nas sinagogas, nem na cidade.
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Nem tampouco podem provar as coisas de que agora me acusam.
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Mas confesso-te isto que, conforme aquele caminho que chamam seita, assim sirvo ao Deus de nossos pais, crendo tudo quanto está escrito na lei e nos profetas.
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Tendo esperança em Deus, como estes mesmos também esperam, de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos como dos injustos.
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E por isso procuro sempre ter uma consciência sem ofensa, tanto para com Deus como para com os homens.
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Ora, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas.
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Nisto me acharam já santificado no templo, não em ajuntamentos, nem com alvoroços, uns certos judeus da Ásia,
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Os quais convinha que estivessem presentes perante ti, e me acusassem, se alguma coisa contra mim tivessem.
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Ou digam estes mesmos, se acharam em mim alguma iniqüidade, quando compareci perante o conselho,
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A não ser estas palavras que, estando entre eles, clamei: Hoje sou julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.
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Então Félix, havendo ouvido estas coisas, lhes pôs dilação, dizendo: Havendo-me informado melhor deste Caminho, quando o tribuno Lísias tiver descido, então tomarei inteiro conhecimento dos vossos negócios.
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E mandou ao centurião que o guardasse em prisão, tratando-o com brandura, e que a ninguém dos seus proibisse servi-lo ou vir ter com ele.
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E alguns dias depois, vindo Félix com sua mulher Drusila, que era judia, mandou chamar a Paulo, e ouviu-o acerca da fé em Cristo.
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E, tratando ele da justiça, e da temperança, e do juízo vindouro, Félix, espavorido, respondeu: Por agora vai-te, e em tendo oportunidade te chamarei.
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Esperando ao mesmo tempo que Paulo lhe desse dinheiro, para que o soltasse
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Mas, passados dois anos, Félix teve por sucessor a Pôrcio Festo
Capítulo 25
1
Entrando, pois, Festo na província, subiu dali a três dias de Cesaréia a Jerusalém.
2
E o sumo sacerdote e os principais dos judeus compareceram perante ele contra Paulo, e lhe rogaram,
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Pedindo como favor contra ele que o fizesse vir a Jerusalém, armando ciladas para o matarem no caminho.
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Mas Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesaréia, e que ele brevemente partiria para lá.
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Os que, pois, disse, dentre vós, têm poder, desçam comigo e, se neste homem houver algum crime, acusem-no.
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E, havendo-se demorado entre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia
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E, chegando ele, rodearam-no os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo contra Paulo muitas e graves acusações, que não podiam provar.
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Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.
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Todavia Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém, e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
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Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado
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Se fiz algum agravo, ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer
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Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César? para César irás.
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E, passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice vieram a Cesaréia, a saudar Festo.
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E, como ali ficassem muitos dias, Festo contou ao rei os negócios de Paulo, dizendo: Um certo homem foi deixado por Félix aqui preso,
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Por cujo respeito os principais dos sacerdotes e os anciãos dos judeus, estando eu em Jerusalém, compareceram perante mim, pedindo sentença contra ele.
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Aos quais respondi não ser costume dos romanos entregar algum homem à morte, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores, e possa defender-se da acusação.
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De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação alguma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o homem.
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Acerca do qual, estando presentes os acusadores, nenhuma coisa apontaram daquelas que eu suspeitava.
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Tinham, porém, contra ele algumas questões acerca da sua superstição, e de um tal Jesus, morto, que Paulo afirmava viver.
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E, estando eu perplexo acerca da inquirição desta causa, disse se queria ir a Jerusalém, e lá ser julgado acerca destas coisas.
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E, apelando Paulo para que fosse reservado ao conhecimento de Augusto, mandei que o guardassem até que o envie a César.
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Então Agripa disse a Festo: Bem quisera eu também ouvir esse homem. E ele disse: Amanhã o ouvirás.
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E, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com muito aparato, entraram no auditório com os tribunos e homens principais da cidade, sendo trazido Paulo por mandado de Festo.
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E Festo disse: Rei Agripa, e todos os senhores que estais presentes conosco
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Mas, achando eu que nenhuma coisa digna de morte fizera, e apelando ele mesmo também para Augusto, tenho determinado enviar-lho.
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Do qual não tenho coisa alguma certa que escreva ao meu senhor, e por isso perante vós o trouxe, principalmente perante ti, ó rei Agripa, para que, depois de interrogado, tenha alguma coisa que escrever.
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Porque me parece contra a razão enviar um preso, e não notificar contra ele as acusações.
Capítulo 26
1
Depois Agripa disse a Paulo: E permitido que te defendas. Então Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu:
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Tenho-me por feliz, ó rei Agripa, de que perante ti me haja hoje de defender de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus
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Mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há entre os judeus
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Quanto à minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre os da minha nação, em Jerusalém, todos os judeus a conhecem,
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Sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.
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E agora pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais estou aqui e sou julgado.
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Å qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus.
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Pois quê? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?
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Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar muitos atos
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O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões
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E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.
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Sobre o que, indo então a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes,
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Ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo.
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E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.
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E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues
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Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda
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Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio,
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Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus
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Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
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Antes anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
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Por causa disto os judeus lançaram mão de mim no templo, e procuraram matar-me.
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Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,
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Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.
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E, dizendo ele isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo
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Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo
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Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto
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Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.
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E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!
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E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.
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E, dizendo ele isto, levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles estavam assentados.
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E, apartando-se dali falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno de morte ou de prisões.
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E Agripa disse a Festo: Bem podia soltar-se este homem, se não houvera apelado para César.
Capítulo 27
1
E, como se determinou que havíamos de navegar para a Itália, entregaram Paulo, e alguns outros presos, a um centurião por nome Júlio, da coorte augusta.
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E, embarcando nós em um navio adramitino, partimos navegando pelos lugares da costa da Ásia, estando conosco Aristarco, macedónio, de tessalônica.
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E chegamos no dia seguinte a Sidom, e Júlio, tratando Paulo humanamente, lhe permitiu ir ver os amigos, para que cuidassem dele.
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E, partindo dali, fomos navegando abaixo de Chipre, porque os ventos eram contrários.
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E, tendo atravessado o mar, ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia.
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E, achando ali o centurião um navio de Alexandria, que navegava para a Itália, nos fez embarcar nele.
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E, como por muitos dias navegássemos vagarosamente, havendo chegado apenas defronte de Cnido, não nos permitindo o vento ir mais adiante, navegamos abaixo de Creta, junto de Salmone.
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E, costeando-a dificilmente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laséia.
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E, passado muito tempo, e sendo já perigosa a navegação, pois, também o jejum já tinha passado, Paulo os admoestava,
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Dizendo-lhes: Senhores, vejo que a navegação há de ser incômoda, e com muito dano, não só para o navio e carga, mas também para as nossas vidas.
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Mas o centurião cria mais no piloto e no mestre, do que no que dizia Paulo.
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E, como aquele porto não era cômodo para invernar, os mais deles foram de parecer que se partisse dali para ver se podiam chegar a Fenice, que é um porto de Creta que olha para o lado do vento da África e do Coro, e invernar ali.
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E, soprando o sul brandamente, lhes pareceu terem já o que desejavam e, fazendo-se de vela, foram de muito perto costeando Creta.
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Mas não muito depois deu nela um pé de vento, chamado Euro-aquilão.
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E, sendo o navio arrebatado, e não podendo navegar contra o vento, dando de mão a tudo, nos deixamos ir à toa.
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E, correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Clauda, apenas pudemos ganhar o batel.
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E, levado este para cima, usaram de todos os meios, cingindo o navio
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E, andando nós agitados por uma veemente tempestade, no dia seguinte aliviaram o navio.
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E ao terceiro dia nós mesmos, com as nossas próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio.
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E, não aparecendo, havia já muitos dias, nem sol nem estrelas, e caindo sobre nós uma não pequena tempestade, fugiu-nos toda a esperança de nos salvarmos.
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E, havendo já muito que não se comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó senhores, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perda.
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Mas agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio.
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Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo,
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Dizendo: Paulo, não temas
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Portanto, ó senhores, tende bom ânimo
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E, contudo, necessário irmos dar numa ilha.
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E, quando chegou a décima quarta noite, sendo impelidos de um e outro lado no mar Adriático, lá pela meia-noite suspeitaram os marinheiros que estavam próximos de alguma terra.
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E, lançando o prumo, acharam vinte braças
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E, temendo ir dar em alguns rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, desejando que viesse o dia.
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Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e tendo já deitado o batel ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa,
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Disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.
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Então os soldados cortaram os cabos do batel, e o deixaram cair.
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E, entretanto que o dia vinha, Paulo exortava a todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada.
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Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde
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E, havendo dito isto, tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos
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E, tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer.
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E éramos ao todo, no navio, duzentas e setenta e seis almas.
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E, refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar.
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E, sendo já dia, não conheceram a terra
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E, levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme
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Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam ali o navio
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Então a idéia dos soldados foi que matassem os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado.
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Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou este intento
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E os demais, uns em tábuas e outros em coisas do navio. E assim aconteceu que todos chegaram à terra a salvo.
Capítulo 28
1
E, havendo escapado, então souberam que a ilha se chamava Malta.
2
E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade
3
E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão.
4
E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver.
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Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não sofreu nenhum mal.
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E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente
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E ali, próximo daquele lugar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias.
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E aconteceu estar de cama enfermo de febre e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o curou.