Atos dos Apóstolos

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[...]   Onde, achando alguns irmãos, nos rogaram que por sete dias ficássemos com eles   [...]

Atos dos Apóstolos: capítulo 28, verso 14

Capítulo 24, verso 27 - Capítulo 26, verso 30

27 Mas, passados dois anos, Félix teve por sucessor a Pôrcio Festo
Capítulo 25
1 Entrando, pois, Festo na província, subiu dali a três dias de Cesaréia a Jerusalém.
2 E o sumo sacerdote e os principais dos judeus compareceram perante ele contra Paulo, e lhe rogaram,
3 Pedindo como favor contra ele que o fizesse vir a Jerusalém, armando ciladas para o matarem no caminho.
4 Mas Festo respondeu que Paulo estava guardado em Cesaréia, e que ele brevemente partiria para lá.
5 Os que, pois, disse, dentre vós, têm poder, desçam comigo e, se neste homem houver algum crime, acusem-no.
6 E, havendo-se demorado entre eles mais de dez dias, desceu a Cesaréia
7 E, chegando ele, rodearam-no os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo contra Paulo muitas e graves acusações, que não podiam provar.
8 Mas ele, em sua defesa, disse: Eu não pequei em coisa alguma contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César.
9 Todavia Festo, querendo comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém, e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas?
10 Mas Paulo disse: Estou perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado
11 Se fiz algum agravo, ou cometi alguma coisa digna de morte, não recuso morrer
12 Então Festo, tendo falado com o conselho, respondeu: Apelaste para César? para César irás.
13 E, passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice vieram a Cesaréia, a saudar Festo.
14 E, como ali ficassem muitos dias, Festo contou ao rei os negócios de Paulo, dizendo: Um certo homem foi deixado por Félix aqui preso,
15 Por cujo respeito os principais dos sacerdotes e os anciãos dos judeus, estando eu em Jerusalém, compareceram perante mim, pedindo sentença contra ele.
16 Aos quais respondi não ser costume dos romanos entregar algum homem à morte, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores, e possa defender-se da acusação.
17 De sorte que, chegando eles aqui juntos, no dia seguinte, sem fazer dilação alguma, assentado no tribunal, mandei que trouxessem o homem.
18 Acerca do qual, estando presentes os acusadores, nenhuma coisa apontaram daquelas que eu suspeitava.
19 Tinham, porém, contra ele algumas questões acerca da sua superstição, e de um tal Jesus, morto, que Paulo afirmava viver.
20 E, estando eu perplexo acerca da inquirição desta causa, disse se queria ir a Jerusalém, e lá ser julgado acerca destas coisas.
21 E, apelando Paulo para que fosse reservado ao conhecimento de Augusto, mandei que o guardassem até que o envie a César.
22 Então Agripa disse a Festo: Bem quisera eu também ouvir esse homem. E ele disse: Amanhã o ouvirás.
23 E, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com muito aparato, entraram no auditório com os tribunos e homens principais da cidade, sendo trazido Paulo por mandado de Festo.
24 E Festo disse: Rei Agripa, e todos os senhores que estais presentes conosco
25 Mas, achando eu que nenhuma coisa digna de morte fizera, e apelando ele mesmo também para Augusto, tenho determinado enviar-lho.
26 Do qual não tenho coisa alguma certa que escreva ao meu senhor, e por isso perante vós o trouxe, principalmente perante ti, ó rei Agripa, para que, depois de interrogado, tenha alguma coisa que escrever.
27 Porque me parece contra a razão enviar um preso, e não notificar contra ele as acusações.
Capítulo 26
1 Depois Agripa disse a Paulo: E permitido que te defendas. Então Paulo, estendendo a mão em sua defesa, respondeu:
2 Tenho-me por feliz, ó rei Agripa, de que perante ti me haja hoje de defender de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus
3 Mormente sabendo eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há entre os judeus
4 Quanto à minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre os da minha nação, em Jerusalém, todos os judeus a conhecem,
5 Sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.
6 E agora pela esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais estou aqui e sou julgado.
7 Å qual as nossas doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus.
8 Pois quê? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?
9 Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar muitos atos
10 O que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões
11 E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui.
12 Sobre o que, indo então a Damasco, com poder e comissão dos principais dos sacerdotes,
13 Ao meio-dia, ó rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol, cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo.
14 E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões.
15 E disse eu: Quem és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues
16 Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda
17 Livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio,
18 Para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus
19 Por isso, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
20 Antes anunciei primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
21 Por causa disto os judeus lançaram mão de mim no templo, e procuraram matar-me.
22 Mas, alcançando socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,
23 Isto é, que o Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.
24 E, dizendo ele isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo
25 Mas ele disse: Não deliro, ó potentíssimo Festo
26 Porque o rei, diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio que nada disto lhe é oculto
27 Crês tu nos profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.
28 E disse Agripa a Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!
29 E disse Paulo: Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.
30 E, dizendo ele isto, levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles estavam assentados.